A Verdadeira Vida em Deus
12^a Peregrinação Ecumênica - Grécia

1 - Amor espiritual (amor incondicional), sem expectativas.

Amar sem esperar nada em troca nos deixa abertos e nos ajuda a ver Deus nos demais.

Poder amar alguém incondicionalmente é algo a que todos aspiramos, mas na realidade achamos difícil conseguir. Em geral, quando dizemos que amamos alguém, isso está cheio de expectativas e é condicional por natureza. Assim que a pessoa age contra nossos desejos, nosso amor diminui.

No entanto, o amor espiritual, ou amor incondicional, é divino por natureza e não muda de acordo com a situação. Esse amor espiritual se encontra nos santos e naqueles que progrediram em sua busca. No amor espiritual, pensa-se mais nos outros do que em si mesmo.

No entanto, esse amor espiritual (amor incondicional) se desenvolve depois de bastante prática espiritual. Então é possível superar a si mesmo e perceber o Princípio de Deus nos outros.

Quando começamos a desenvolver o amor espiritual (amor incondicional) que é imaculado e livre de expectativas, experimentamos a felicidade e o contentamento. O amor mundano, que é o amor com expectativas, baseia-se nas semelhanças com a natureza de outra pessoa. Mas não há garantia de que todos os aspectos de nossa natureza sejam semelhantes ou complementares à natureza de outra pessoa. Conflitos e dificuldades começam assim que descobrimos as diferenças.

Por outro lado, o amor espiritual (amor incondicional) baseia-se na alma imutável. Assemelha-se ao modo como um fio une as pérolas de um colar, independentemente da forma, cor ou tamanho - a natureza externa não é importante.

"O amor mundano e carnal é apenas material, egoísta e mortal, enquanto o amor espiritual é eterno, é troca, comunhão com o outro, e transcendência a Deus, o Altíssimo". (GH)

2 - Deus nos chama a ser seu povo e seus bem-amados.

A Igreja de Deus é um povo de pecadores que se amam, que dividem entre si tudo o que lhes toca, que se constroem e se curam mutuamente com seu amor espiritual. Assim, é um povo unido no amor de Deus.

São Paulo se dirige aos romanos e coríntios dizendo:

“Assim nós, embora muitos, formamos em Cristo um só corpo, e cada membro pertence aos demais.” (Romanos 12, 5)

“Eu vos exorto, irmãos e irmãs, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, a que estejais todos de acordo no que dizeis e que não haja divisões entre vós, mas que sejais bem unidos no sentir e no pensar.” (1 Coríntios 1, 10)

“Enfim, irmãos e irmãs, alegrai-vos! Trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tende um mesmo pensar, vivei em paz. E o Deus de amor e paz estará convosco.” (2 Coríntios 13, 11)

3 - O orgulho é um obstáculo à unidade.

O orgulho é o maior obstáculo à unidade, é uma fonte de divisões.

O orgulho entra em nossos corações quando olhamos de cima para baixo uns para os outros, quando nos consideramos melhores do que eles, mais espirituais e mais próximos de Deus.

Muitas vezes é o sentimento inconsciente de ser melhor do que outra parte do corpo de Cristo, ou outra criatura divina.

O orgulho se infiltra inconscientemente, quando não ficamos perto da cruz e do sofrimento e sacrifício.

O orgulho é um problema espiritual. Nós nos livramos dele ficando junto de Senhor; é um grande obstáculo para a unidade do corpo de Cristo, que causa a mania de rotular uns aos outros.

Aprendamos a confessar nosso pecado, a perdoar-nos mutuamente, a abrir o nosso coração à partilha, a humilhar-nos, a rezar, a glorificar a nosso Deus, criador de toda a humanidade, e a evangelizar juntos sem procurar mudar os outros.

4 - Somos membros um dos outros.

Todos os que pertencem a Deus são membros de uma família, co-herdeiros de sua graça.

Assim como, em uma família normal, há membros que se relacionam melhor que outros e têm mais coisas em comum, assim também na família de Deus.

Em nossas famílias terrenas, não renegamos nosso irmão simplesmente porque ele é diferente de nós.

E não devemos fazê-lo na Igreja, pois somos membros uns dos outros.

Não pode haver unidade na sociedade humana sem perdão e disciplina, como disse São Paulo aos Efésios: “Sede bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente como Deus vos perdoou em Cristo.” (Efésios 4, 32)

O espírito crítico é um dos maiores inimigos da unidade na sociedade humana, por isso devemos ser delicados em nossa fala e em nosso conselho a outros (caso dermos), e nos livrar de qualquer espírito crítico negativo:

“Abandonai toda amargura, ira e raiva, brigas e calúnias, e toda forma de malícia.” (Efésios 4, 31)

Reconhecimento, encorajamento, atos amáveis - tais qualidades não se adquirem acidentalmente. Elas precisam ser cultivadas até se tornarem parte integrante de nosso modo de pensar e se refletirem diariamente em nossas atitudes e ações.

Precisamos dedicar tempo à oração, na presença de Deus, para lhe perguntar como podemos, nele, amar e encorajar os que nos rodeiam.

Conclusão

Se a Igreja se unir no amor, ficará repleta de amor e purificada; e então poderá abrasar o mundo através do seu exemplo.

Que Deus nos dê a graça de viver esta unidade em nossos casais, nossas famílias, nossos grupos, na nossa igreja e nossa sociedade; então o mundo exterior acreditará em Deus e em Seu Amor Divino, pois verá a autenticidade de nosso testemunho e voltar-se-á para Jesus quando Ele regressar.

Só tu, Senhor, podes transformar relacionamentos fraternos difíceis e harmonizá-los no mundo para que tua paz permaneça no meio de teu povo.

Lemos, no Salmo 133, o seguinte:

• “Como é bom e agradável quando o povo de Deus vive em união!

• É como óleo precioso sobre a cabeça, que escorre pela barba, a barba de Aarão, e desce à orla do seu manto.

• É como o orvalho de Hermon que desce sobre o Monte de Sião. Pois ali o Senhor concede sua bênção e a vida para sempre.”

Metropolitan Georges Haddad